domingo, 9 de março de 2008

Descriminalização das Drogas.


Um polêmico assunto foi levantado nesses últimos dias com o lançamento do livro “Elite das Tropas” e seu subproduto, o filme “Tropa de Elite”: o uso das drogas.

O filme promove a legitimidade da “guerra contra as drogas” a partir de um discurso moral, que coloca nas mãos de um agrupamento policial-militar a honra de torturar e exterminar traficantes. O Bope (Batalhão de Operações Especiais) é tão-somente a versão carioca atual de uma polícia de Estado que se coloca à disposição do soberano e, se necessário, contrariando os princípios democráticos e a própria lei, como sugere o livro/filme. Faz a formação daquilo que se planeja difundir como imagem da polícia quando o assunto é corrupção e violência, os dois maiores atributos conferidos a essa secular instituição, à qual um dia se destinaram as funções ideológicas de proteger e servir à sociedade.

A corrupção e a omissão degradam o homem/policial, já a violência o dignifica como um deus.

Muitos brasileiros saem dos cinemas dizendo que a solução para o trafico é a violência, matar todo mundo dos morros. – como o novo herói brasileiro: o Capitão Nascimento, faz no filme. Parecem ignorar ou desconhecerem que há mais candidatos a chefe de boca que a gari. Mata-se um, vem outro. E o chefão intacto. No Senado? Com o martelinho na mão? Na TV?

O comércio de drogas nada mais é que parte de toda economia dos monopólios, assim como o tráfico de armas, que movimenta bilhões de dólares todos os anos no mundo todo. Dinheiro esse que é devidamente “lavado” pelos bancos e que o imperialismo não quer e não pode abrir mão. Diga-se de passagem, as armas e munições usadas pelos traficantes, assim como as drogas lá vendidas, não são produzidas em nenhum morro.

Alguma coisa está errada nisso tudo! Algo precisa mudar: legalizar o uso das drogas ou não?

Compartilho a idéia de que a legalização das drogas é o caminho mas sensato a tomar, quando se analisa todo esse estado caótico brasileiro, gerado e financiado pelo tráfico.

Ser a favor da descriminalização das drogas não significa que eu seja a favor do seu uso. Tenho consciência do mal que a droga causa ao usuário e aos que o cercam. Mas sou a favor da individualidade. Por que não dar ao cidadão o direito de escolher? Ele não está preparado? Prepare-o! Se proibir fosse solução o problema TRÁFICO não existiria. Simplesmente ninguém usaria drogas por serem proibidas, concordam?

Enquanto esse texto é escrito, o Brasil perde seus filhos lá fora em guerras constantes e injustas. Sangue é derramado em busca de poder e/ou financiamento para algo ilegal. Por conta desse financiamento, é que o tráfico de drogas nunca foi e nunca será combatido pelo velho Estado, principalmente na fase mais degenerada do capitalismo, o imperialismo. O trafico o beneficia.

Saindo da discussão política para os âmbitos da saúde pública e da redução de danos, a descriminalização das drogas representa uma evolução histórica. Quantas pessoas são infectadas com doenças, como o vírus da aids, usando drogas? A legalização, junto a uma base educacional, diminuiria os riscos de contaminação.

O País precisa, apenas, colocar em pratica sua “democracia”. Dar o direito ao cidadão brasileiro de escolher. Não simplesmente proibir.

Thiago Bertotti.

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