segunda-feira, 2 de maio de 2011

(8)

Eu quero gritar essa música na chuva, enquanto as suas lembranças aquecem meu peito. Eu quero sentir os pés se encharcando, o arrepio subindo – como quando você beija o meu pescoço. Eu quero cantar na chuva o nosso amor, quero eternizá-lo, obrigá-lo a se manter vivo; em ciclo: chovendo, evaporando, molhando.

Nosso amor dará firmeza às raízes das árvores mais altas e as flores dos jardins modestos. Matará a sede. Será suficiente para limpar o ar, trazer mais perfumes.

Eu quero gritar seu nome, enquanto nosso amor me molha. A chuva gelada me queima.

Thiago Bertotti.

Mas eu ateei fogo à chuva,

E fiquei vendo ela cair enquanto eu tocava seu rosto,

Quando ela me queimou, bem, eu chorei,

Porque eu a ouvi gritando seu nome, seu nome!