Andando esqueci de existir. Continuei seguindo atento ao nada. Corri, encontrei coisas e coisa, e, não encontrei nada. Busquei segredos loucos. Desenhei, refiz, apaguei, deixei, escrevi. Escrevi linhas sem nexo algum, linhas que nada dizem, linhas ilusórias.
Qual é o sentido das coisas? Nenhum. O sentido é simplesmente existir. Será? No novo instante já mudei, agora prefiro esquecer de existir. Sigo alheio, só olhando, às vezes mudando. Mentira! Absorvendo. Absorvendo sorrisos, lágrimas, sabores, cheiros e tristezas.
Qual a razão para o momento? Nenhuma. Andei, sentei e ora escrevo. Procurar porquês é perder tempo. Procurar palavras bonitas, limitar-se. Prefiro caminhar, seguir assim, sem pensar, escrevendo. Escrevendo, até a mão cansar e repousar, sem motivos como começou, mas pára diferente de quando iniciou. Rimou?! Não queria, mas fazer o que, assim são as linhas. Fluem, como o doce momento que agora acaba - com a mão repousada.
Thiago Bertotti.